Bom, essa aqui é
a segunda entrevista que concebemos para vocês, depois de tempos e tempos. A primeira
foi com o esdrúxulo cantor Pedro "Mendigo" Henrique, da
charanga Cätärro (clica aqui se não leu). Ressaltando que rolou o baile deles
aqui em Hellcife, no dia 28/01/2012, realizado pela HDP.
Mas
então, vamos lá ao que a de ser realmente interessante.
Está entrevista
foi idealizada através de um gig muito foda que aconteceu em João Pessoa,
no evento chamado Grito
Rock, onde pessoas normais costumam se encontrar, fazer aquela quest e
escutar muito rock brabo. Uma das bandas que firmaram presença no "corpo
docente" do evento, no palco Pogo, foi a Caixão e
Vela Preta (antiga Fucinho de Porco), demonstrando toda sua
versatilidade e malevolência, e que pela primeira vez tive a oportunidade de
sacar ao vivo e em preto e branco. Quem gosta de um crust/grind/gore/black
metal vai curtir. O entrevistado é o carismático tocador de guitarra Ronyelly Diniz,
que desde então vejo tocar em mil bandas. Uma entrevista não só sobre sua
banda, mas também sobre temas diversificados. Uma entrevista breve e sincera, digamos.
Rony em P&B |
Rony – Intão,
a banda surgiu justamente do fim do Fucinho de Porco, que também tinha o Grilo
nas guitarras. Aí ele foi morar em São Paulo por conta de trampo e achamos melhor
terminar a banda, porque pra nós não fazia muito sentido a banda sem ele. A
partir daí a banda mudou mesmo, não só o nome. Aproveitamos e mudamos um pouco
a sonoridade pra tentar trazer algo novo no som. Ainda é Grindcore, mas com
muito mais influencia de crust, black, rock and roll e death. Diferente do Fucinho, que era mais grind old school mesmo. Fazíamos varias bases pra uma mesma música
e era basicamente assim: um blast ultra rápido seguido de uma blast ultrassônico
e um blast full speed fly, sahashashshasah.
HDP – Basicamente, vocês relatam em suas letras
sobre fatos horripilantes predominantes na cidade onde vocês residem. Qual foi
o caso mais brutal e arrasador que ocorreu aí, e se vocês retratam isso em
algumas de suas letras?
Icas invocando no Pogo Pub. |
HDP – O que você tem percebido de mudança na cena
underground regional da sua cidade e nacional?
Rony – a
cena aqui em Jampa é recheada de bandas legais. Porém, carece muito de público. Basicamente
a galera não valoriza suficientemente para ter coragem de pagar ingresso. Por
outro lado, às bandas tem muita qualidade e hoje se preocupam com seus
registros. O surgimento de mais estúdios de qualidade deu um gás nesse aspecto.
No fim da década de 90 e começo dos anos 2000, muitas bandas boas deixaram,
acabaram e não deixaram uma gravação sequer, como foi o caso do Fucinho de Porco.
Nacionalmente, vejo que tem surgido muita banda boa, de gente nova e muita gente
que ta no rolé fazendo projetos e tals. Aqui no Nordeste também tem surgido
muita banda foda e muitos gigs legais. E o mais legal de tudo que estão investindo
em gravação de qualidade.
HDP – Vasculhando um pouco do seu perfil no
Facebook, percebi algo que acho que também posso afirmar que gosto: cachorro.
Acredito que temos não pelo fato de apenas ter, mas sim, pelo prazer de poder
cuida-los e sentir que eles correspondem ao que fazemos por eles. Você tem uma
ligação afetiva com seus animais de estimação?
Pandorinha e seu dono. |
HDP – O C.E.V.P. pretende registrar seus
rituais, fora os vídeos de shows e ensaios, algum debut, seja EP, Split, Demo,
etc... para este ano?
Rony – estamos entrando em estúdio pra gravar aquele repertorio que estamos tocando. O que vai rola eu não sei, só sei que vamos gravar. A principio vamos mixar só 5
sons e depois agente mix o resto ou se
aparecer grana mixa tudo, sahsahsah,
HDP – Praça Antenor Navarro (Centro
Histórico de João Pessoa), é ali que a parada acontece. Os gigs, encontros
(quests) e assédios lícitos em plena noite. Quando me refiro à praça, quero
dizer que aos redores delas, existem bares, casas de shows e comércios. Um dos
picos que residem lá é o Pogo Pub, que está de parabéns pelos seus 2
anos de resistência, e que é um dos locais que apoiam sua cena underground. Realizando shows desde sua existência. Você como um dos frequentadores assíduo
do local, conte-nos um pouco de como é está em um local feito para quem gosta
de roquear aos finais de semana? Visando mais os pontos positivos.
Rony – aquela praça ali é onde a parada rola mesmo, muitos gigs massas rolaram ali e
festas grandonas também. Acho que desde 2002 frequento a área, quando existia a
oficina do Capim, de La pra Ca. Os picos foram se alternando, surgindo e morrendo. Mas sempre naquela área. De fato o Centro Histórico é o pulmão cultural de Jampa. Não consigo imaginar como seria a cena sem a Antenor Navarro.
HDP – Existem planos
para uma tocada fora do Estado para este ano? Como anda o planejamento dos
cultos da banda?
Rony – sim, a gente
pensa em fazer mini tours, tocar bate volta e a longo prazo. Quem sabe fazer
uma tour gringa. Os planos são muitos, espero que a gente consiga por em
pratica.
HDP – Fugindo um
pouco da musicalidade, quais outros trabalhos você tem realizado ultimamente?
Jogando magia negra no Pogo Pub. |
HDP – Me diga em
três palavras: o que o Caixão e Vela Preta representa para você?
Rony – Muita
brutalidade e perversidade.
HDP – A HDP
agradece imensamente sua entrevista, Rony. Alguma mensagem para a turma?
Rony – Valeu “espaça”, nós que agradecemos e a mensagem
que eu deixo a seguinte: faço o que vocês querem e o resto que se foda. Magia!
É isso aí, os rituais acontecem sempre aos finais de semana, quando eles são convocados por alguma entidade oculta. Veja as cenas chocantes dos rutuais logo abaixo (se tu for froxo, melhor disparar):
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