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segunda-feira, 4 de março de 2013

Entrevista: Ronyelly Diniz (Caixão e Vela Preta/João Pessoa, PB)

Bom, essa aqui é a segunda entrevista que concebemos para vocês, depois de tempos e tempos. A primeira foi com o esdrúxulo cantor Pedro "Mendigo" Henrique, da charanga Cätärro (clica aqui se não leu). Ressaltando que rolou o baile deles aqui em Hellcife, no dia 28/01/2012, realizado pela HDP.

Mas então, vamos lá ao que a de ser realmente interessante.

Está entrevista foi idealizada através de um gig muito foda que aconteceu em João Pessoa, no evento chamado Grito Rock, onde pessoas normais costumam se encontrar, fazer aquela quest e escutar muito rock brabo. Uma das bandas que firmaram presença no "corpo docente" do evento, no palco Pogo, foi a Caixão e Vela Preta (antiga Fucinho de Porco), demonstrando toda sua versatilidade e malevolência, e que pela primeira vez tive a oportunidade de sacar ao vivo e em preto e branco. Quem gosta de um crust/grind/gore/black metal vai curtir. O entrevistado é o carismático tocador de guitarra Ronyelly Diniz, que desde então vejo tocar em mil bandas. Uma entrevista não só sobre sua banda, mas também sobre temas diversificados. Uma entrevista breve e sincera, digamos.

Rony em P&B
HDP – Se existe algo que podemos definir como o que irá nos salvar de nossos atos, eu não sei. Mas, posso afirmar que ninguém aqui está para contar sobre religião ou algo do gênero. Caixão e Vela Preta é um nome que pode muito bem distinguir um ser humano que vive se lamentando com a vida injuriada que tem. Conte-me um pouco de como surgiu à inspiração para criar está banda tão poderosa, com sua magia negra. E também fale da mudança de nome, com os mesmo integrantes, que formava a lendária Fucinho de Porco.

Rony – Intão, a banda surgiu justamente do fim do Fucinho de Porco, que também tinha o Grilo nas guitarras. Aí ele foi morar em São Paulo por conta de trampo e achamos melhor terminar a banda, porque pra nós não fazia muito sentido a banda sem ele. A partir daí a banda mudou mesmo, não só o nome. Aproveitamos e mudamos um pouco a sonoridade pra tentar trazer algo novo no som. Ainda é Grindcore, mas com muito mais influencia de crust, black, rock and roll e death. Diferente do Fucinho, que era mais grind old school mesmo. Fazíamos varias bases pra uma mesma música e era basicamente assim: um blast ultra rápido seguido de uma blast ultrassônico e um blast full speed fly, sahashashshasah.

HDP – Basicamente, vocês relatam em suas letras sobre fatos horripilantes predominantes na cidade onde vocês residem. Qual foi o caso mais brutal e arrasador que ocorreu aí, e se vocês retratam isso em algumas de suas letras?

Icas invocando no Pogo Pub.
Rony –  essa aí eu pedi pra Icas (Vocal) responder, que ele é quem faz as letras. “O caso de um assassinato que houve no bairro do Rangel. Um homem e sua esposa invadiram a residência do vizinho com facões, esquartejaram crianças, o pai e a mãe que estava grávida, por motivos extremamente idiotas. E fora execuções sumárias, basicamente falando sobre os casos de assassinato nas comunidades por grupos de extermínio”, disse o urro insano da maldita banda.

HDP – O que você tem percebido de mudança na cena underground regional da sua cidade e nacional?

Rony – a cena aqui em Jampa é recheada de bandas legais. Porém, carece muito de público. Basicamente a galera não valoriza suficientemente para ter coragem de pagar ingresso. Por outro lado, às bandas tem muita qualidade e hoje se preocupam com seus registros. O surgimento de mais estúdios de qualidade deu um gás nesse aspecto. No fim da década de 90 e começo dos anos 2000, muitas bandas boas deixaram, acabaram e não deixaram uma gravação sequer, como foi o caso do Fucinho de Porco. Nacionalmente, vejo que tem surgido muita banda boa, de gente nova e muita gente que ta no rolé fazendo projetos e tals. Aqui no Nordeste também tem surgido muita banda foda e muitos gigs legais. E o mais legal de tudo que estão investindo em gravação de qualidade.

HDP – Vasculhando um pouco do seu perfil no Facebook, percebi algo que acho que também posso afirmar que gosto: cachorro. Acredito que temos não pelo fato de apenas ter, mas sim, pelo prazer de poder cuida-los e sentir que eles correspondem ao que fazemos por eles. Você tem uma ligação afetiva com seus animais de estimação?

Pandorinha e seu dono.
Rony –  eu amo demais meus cachorros, Pandorinha e Jhonny. E acabo me apegando aos dogs dos meus amigos e os de rua que habitam o Centro Histórico. Minha namora também gosta muito e sempre que pode ela tenta ajudar esses grupos que resgatam cachorros. Já ficamos feitos loucos na rua às 10 horas da noite tentando pegar uma cadela que estava numa situação de risco, morando no meio de girador em plena BR. Foi tenso. Gostaria de ser mais ativo nessa parte, mas o tempo não deixa.

HDP – O C.E.V.P. pretende registrar seus rituais, fora os vídeos de shows e ensaios, algum debut, seja EP, Split, Demo, etc... para este ano?

Rony –  estamos entrando em estúdio pra gravar aquele repertorio que estamos tocando. O que vai rola eu não sei, só sei que vamos gravar. A principio vamos mixar só 5 sons e depois agente mix o resto ou se aparecer grana mixa tudo, sahsahsah,

HDPPraça Antenor Navarro (Centro Histórico de João Pessoa), é ali que a parada acontece. Os gigs, encontros (quests) e assédios lícitos em plena noite. Quando me refiro à praça, quero dizer que aos redores delas, existem bares, casas de shows e comércios. Um dos picos que residem lá é o Pogo Pub, que está de parabéns pelos seus 2 anos de resistência, e que é um dos locais que apoiam sua cena underground. Realizando shows desde sua existência. Você como um dos frequentadores assíduo do local, conte-nos um pouco de como é está em um local feito para quem gosta de roquear aos finais de semana? Visando mais os pontos positivos.

Rony –  aquela praça ali é onde a parada rola mesmo, muitos gigs massas rolaram ali e festas grandonas também. Acho que desde 2002 frequento a área, quando existia a oficina do Capim, de La pra Ca. Os picos foram se alternando, surgindo e morrendo. Mas sempre naquela área. De fato o Centro Histórico é o pulmão cultural de Jampa. Não consigo imaginar como seria a cena sem a Antenor Navarro.

HDP – Existem planos para uma tocada fora do Estado para este ano? Como anda o planejamento dos cultos da banda?

Rony – sim, a gente pensa em fazer mini tours, tocar bate volta e a longo prazo. Quem sabe fazer uma tour gringa. Os planos são muitos, espero que a gente consiga por em pratica.

HDP – Fugindo um pouco da musicalidade, quais outros trabalhos você tem realizado ultimamente?

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Jogando magia negra no Pogo Pub.
Rony – Fugindo da musicalidade, mas nem tanto. Faço parte do grupo Vida Torta que gere espaço Pogo (que não é Pub). Espaço que tenta sobreviver de forma autônoma e contra-cultural, surgido das ideias que tanto ouvíamos nas letras das bandas que gostamos. Agora fugindo da música mesmo, sou professor/atleta de Taekwondo, dou aula para uma molecada massa e pretendo um dia ter um projeto social com o Taekwondo. Fora isso o resto é musica mesmo, com minhas 5 bandas.   

HDP – Me diga em três palavras: o que o Caixão e Vela Preta representa para você?

Rony – Muita brutalidade e perversidade.

HDP – A HDP agradece imensamente sua entrevista, Rony. Alguma mensagem para a turma?

Rony – Valeu “espaça”, nós que agradecemos e a mensagem que eu deixo a seguinte: faço o que vocês querem e o resto que se foda. Magia!

É isso aí, os rituais acontecem sempre aos finais de semana, quando eles são convocados por alguma entidade oculta. Veja as cenas chocantes dos rutuais logo abaixo (se tu for froxo, melhor disparar):

 

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